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Cabeçalho 1
COMISSÃO ESPECIAL DE TRABALHO
DO FÓRUM PARLAMENTAR DAS PICS - FORPICS
DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SANTA CATARINA
Tecer caminhos para a prevenção e promoção da saúde
Reinstalação do Fórum Parlamentar e da Comissão Especial de Trabalho do FORPICS
Prevenção com PICS: solução para o SUS, bem estar para a população Uma das experiências mais desafiadoras e complexas em minha vida foi, sem nenhuma dúvida, assumir a prefeitura da pequena cidade de Guaraciaba, no Extremo Oeste de Santa Catarina. Desafiador porque todos os dias nos víamos enredados em rotinas burocráticas e era preciso, com calma e clareza, receber e encaminhar um sem-fim de demandas da população e a saúde sempre foi uma das áreas mais sensíveis e prioritárias. No entanto, reconhecer e querer melhorar o atendimento da população nesta área é apenas o primeiro passo. Naquela época, 1997, as dívidas consumiam quase todo o orçamento, um parque de máquinas sucateado e servidores desmotivados. Montamos uma equipe compromissada e conseguimos em pouco menos de um ano reequilibrar as finanças municipais. Este processo foi resultado do esforço da população e do quadro de pessoal da prefeitura, que criou um “senso de responsabilidade coletiva” que consegue “remover montanhas”. Num momento de dificuldade eu vi um povo se unir, dentro e fora da prefeitura, para garantir uma vida melhor. A saúde é um daqueles setores que exige não só recursos, mas planejamento aprimorado, emergência, urgência e cuidado com a vida. Equívocos podem custar vidas. É preciso um alto grau de responsabilidade e comprometimento. Não basta ter recursos, é preciso investir cada Para uma parcela significativa da população e gestores, “saúde de excelência” é a garantia de convênios milionários com clínicas e hospitais privados para realização de milhares e milhares de exames. Estoque de remédios, “hospitais de ponta” com equipamentos de última geração, e tratamentos caríssimos. Esse modelo, infelizmente, foca quase que tão somente nas consequências, deixando as causas de lado. Precisamos mudar esse conceito e chegar antes das tantas doenças que maltratam nossa população. Trabalhar de forma preventiva é muito mais barato e acima de tudo, poupa dor, sofrimento e vidas. Também pode se tornar muito mais fácil de atuar, se sociedade e poder público priorizarem esse novo olhar, em que a saúde, o ser humano e a vida estejam no centro. Vamos ainda precisar investir na saúde curativa, em hospitais. Certamente isso continuará sendo necessário, mas podemos diminuir muito essa demanda e deslocar recursos e esforços para cuidar da saúde de todos e todas e não apenas ‘remediar’. Esse investimentos precisam ser melhor planejados. Não podemos mais aceitar o sofrimento da política de “ambulancioterapia. Pessoas doentes, com muitas dificuldades, sendo deslocadas por até 750 km. Uma espécie de bônus extra para o sofrimento intrínseco à própria enfermidade. É preciso cada vez mais dar condições para o SUS, que tem um papel fundamental e excepciona, possa ampliar seu papel preventivo. E as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde tem um papel extraordinário nessa ação preventiva e cuidadora ‘da saúde’, do ser humano. As PICS pressupõem um olhar integral sobre cada paciente, cada ser. Cada atendimento, precisa ser único. O cuidado, ‘diagnóstico’ e ‘tatamento’ precisa levar em conta seu modo de vida, suas rotinas, angústias e relações. O olhar integral das PICs é, de certa forma, uma anamnese essencial ao serviço de saúde. Para se pensar uma verdadeira saúde pública, as PICS precisam ocupar cada vez mais seu papel na estratégia de promoção e prevenção à saúde. Temos que chegar antes da doença. Ou melhor, estivermos sempre presentes e cuidando do ser humano na sua integralidade, afastaremos a doença e evitaremos que nosso sistema de saúde entre em colapso. E tanto dinheiro que é exigido para cuidar da doença e tentar aliviar a dor dos nossos enfermos, possa ser utilizado para o bem-estar e a felicidade da sociedade. Esse movimento precisa que união, estados e municípios atuem de forma coordenada também para superar problemas do século passado, como falta de saneamento, abastecimento de água potável, moradia digna, trabalho justo, alimentação saudável e adequada e garantir os cuidados básicos em saúde, com foco na prevenção e bem-estar das pessoas, onde as PICS tem papel de destaque.
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